A Invasora - À L'intérieur

28/01/2015 12:39

Por Lucas Ildefonso

A Invasora, filme francês da dupla Alexandre Bustillo e Julien Maury, também responsáveis pelo roteiro, traz o estilo do cinema Gore. Os filmes Gore não são filmes que geralmente atraem grandes públicos, quem se desafia a assisti a eles encontra-se facilmente em meio a dilemas morais, advindos da violência sem limites em que até mesmo os crimes que podemos chamar de comuns são ultrapassados, no que se refere a brutalidade.

 

A trama principal de A Invasora é simples, acompanhamos um breve momento da vida da fotógrafa Sarah, que nos é inicialmente apresentada no momento mais tenso de sua vida até então. Grávida de cinco meses, ela e o marido se envolvem num terrível acidente automobilístico, em que ela sobrevive junto com o feto, mas seu marido acaba morrendo. Num segundo momento, nos pegamos quatro meses após o acidente, na véspera de Natal, e encontramos Sarah solitária, presa na depressão, agora grávida a nove meses, justamente a um dia de ir ao hospital para dar luz. Mas a noite de Natal, reserva muito mais do que os sentimentos natalinos. Uma mulher, sozinha aparece em sua casa pedido ajuda e é partindo desse ponto em que o filme assume uma nova cara. Determinada inicialmente a matar Sarah e retirar o filho que ela carrega para si, a invasora, uma mulher de meia idade usando um belo vestido negro, não poupa nenhum artificio para alcançar seu objetivo.

 

Uma tradução rápida do titulo original nos dá uma noção do que se trata o filme, À L'intérieur em tradução livre significa “dentro (mesmo titulo adotado pela versão americana, Inside), é precisamente o interior da casa de Sarah o cenário principal para atos de violência extremo. Muitas vezes no desenrolar do filme, vitima e vilã são separadas por uma porta fechada. Adicionalmente podemos trazer essa referência do titulo há algumas cenas em que temos a perspectiva do bebê de dentro da sua mãe em paralelo ao que ocorre do lado de fora. O ambiente claustrofóbico do lugar, que em boa parte do longa está as escuras, é um ingrediente adicional da tensão que se instala, com requintes de selvageria, tanto no que tange aos personagens secundários, como a mãe e o chefe de Sarah e alguns policiais, quanto a própria Sarah.

 

 

Sádica, mortal e portando apenas uma tesoura, a invasora mata a todos que se encontram entre ela e sua vitima. Cada morte é única. A intenção da direção de mostrar sangue e principalmente chocar é bastante clara. Nesse quesito, ocorrem os primeiros problemas com o roteiro, as situações que se sucedem são surreais, assim como em qualquer filme de terror, os personagens secundários são seres estúpidos, aparentemente inconscientes do que está a sua frente, mas como já dito, é a violência sem limites do filme o seu principal ingrediente, o que de certa forma, nos faz ignorar o surreal e focar na brutalidade fincada no real. Como muitos podem imaginar, o que gera mais tensão e a sensação de angústia a quem assiste é a crueldade para com Sarah, grávida de 9 meses. Facadas, socos e pontapés são elementos que mais figuram.

 

O elenco principal, composto pela invasora, interpretada por Béatrice Dalle que compõe uma das personagens femininas mais sádicas e cruéis que vi, e Sarah, interpretada por Alysson Paradis que consegue equalizar bem o papel de uma mãe que deseja salvar seu bebê com a do personagem humano que diante de situações extremas busca a sobrevivência instintivamente.

 

No mais, A Invasora é um filme para quem tem estômago. E, se você estiver grávida, não recomendo que assista. Nota.7.5.

Bom filme!

 

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