O Último Teorema de Fermat - Simon Singh

25/05/2014 16:58

Por Lucas Ildefonso

O Último Teorema de Fermat, problema mundialmente conhecido como um dos mais difíceis. Criado (ou devemos dizer descoberto?) por Pierre de Fermat, um Jurista e matemático amador. Fermat atendia ao perfil de matemático que raramente compartilhava seu trabalho e quando o fazia, raramente demonstrava as suas descobertas. Suas únicas notas conhecidas eram registradas nas margens dos livros, que após sua morte foram coletadas, organizadas e publicadas por seu filho. Um a um os problemas e as observações eram demonstradas pelos matemáticos. Mas um bem simples em sua forma e enunciação permanecia intocado e obscuro e, para completar, Fermat afirmava na margem, que encontrou uma demonstração, mas a margem era muito pequena para contê-la.

    É interessante notar que os matemáticos são muito exigentes, no que diz respeito as suas descobertas. Para que uma proposição ou conjectura seja tomada como verdadeira e usada com segurança (certa), ela precisa ser demonstrada, que basicamente, significa, explicitar por argumentos lógicos e matemáticos a veracidade do que foi enunciado. As demonstrações também são importantes por outro motivo: dão aos matemáticos um conhecimento mais amplo e profundo sobre a natureza do problema e de suas relações (aqui falo de relações com outros problemas e com aplicação mais práticas) e geralmente originam novas técnicas e abordagens.

 

    O problema enunciado por Fermat é bem simples, tanto que basta ter um conhecimento básico em matemática para compreendê-lo. E podemos visualizá-lo através do famoso teorema de Pitágoras. O problema diz que não existem soluções para a equação do tipo abaixo, n maior que 2, sendo n um número inteiro.

                                                    

 

    Apesar de parecer simples, ele conseguiu escapar a astúcia de vários matemáticos brilhantes durante os quase 400 anos que ficou em aberto. Apenas em 1995 Sir Andrew Wiles, um matemático Britânico residente em Princeton conseguiu demonstrá-lo definitivamente após oito anos de trabalho duro e solitário.

 

    O livro em si foi muito bem desenvolvido. O problema é estudado de forma linear. Simon Singh inicia sua jornada com a origem do problema, com o já citado Pitágoras, passando para Pierre de Fermat, e contando sobre as várias tentativas de solução e interessantes história que serviram para resolver o problema. Com uma linguagem clara e bastante intuitiva o autor consegue transportar o leitor para o íntimo do teorema. Por ser fluido, é possível lê-lo em pouco tempo, como aconteceu comigo, que o li em algumas viagens de ônibus.

 

    O Último Teorema de Fermat, tal como Os Sete Problemas do Milênio, foi concebido para ser lido tanto por quem está familiarizado com a matemática envolvida e o problema, quanto para quem pouco conhece a rainha das ciências. A indicação é para todos. Não é necessário ser apaixonado por matemática para lê-lo, basta apenas que goste de história. Inclusive, podemos considerá-lo como um romance (não sou louco), em que o personagem principal é o teorema.

 

    Uma informação interessante é a de que existe um documentário feito pela BBC, que explica a façanha de Andrew. Vi esse documentário primeiro e confesso que não entendi muito bem a história. Quero dizer que ao ler o livro, pude de fato, compreendê-la. Indico o documentário para quem leu ou para quem não pretende. Nele vemos o amor de Andrew Wiles pela matemática e pelo Teorema lançado por Fermat. Coisa que nunca havia visto antes.

Sir Andrew Wiles

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