28/12/2014 15:44
Por: Álex Batista
Depois de quarenta anos, a esperança de reencontrar a neta e solucionar um crime obscuro ainda permanecia viva no coração de Henrik Vanger. Em cada aniversário, uma rosa alimentava o mistério que há muito havia sido arquivado, além de aumentar uma ruga de intriga no rosto do velho. No âmago da sua alma, atormentado pelo acontecimento, uma dúvida o corroia ano após ano: Harriet ainda está viva?
Senhoras e senhores, amantes fiéis do CDP, apresento-vos uma fascinante obra composta no frio da Suécia e aquecida na mão de leitores por todo o mundo: Os homens que não amavam as mulheres. O livro faz parte da trilogia Millenium, escrita por Stieg Larsson, e que, segundo rumores, permaneceu incompleta, pois o autor morreu antes de concluir um suposto quarto livro.
A história começa quando o jornalista Mikael Blomkvis, personagem principal, é convidado por Vanger a tentar encontrar uma explicação plausível para o desaparecimento de sua neta. Em troca, o velho prometeu dá uma informação preciosa a Blomkvis, que iria levantar novamente sua reputação, lançada ao fracasso após ser vitima de um esquema que o forneceu informações falsas sobre o empresário Wennerström. Mikael espalhou tais informações através da revista Millenium e, consequentemente, foi acusado de difamação e teve sua carreira comprometida.
Embora relutante no começo, uma vez que a proposta beirava a insanidade, Mickael foi obrigado a ceder, levando em consideração que aquela poderia ser a única maneira de remediar o mal causado a si mesmo e a revista econômica da qual fazia parte, e cuja diretora, Erika Berger, mantém um relacionamento com ele há vários anos. Os encontros eram realizados com consentimento do marido de Erika, que declarou não ver problema, pois não queria perder a mulher para o que chamou de convenção social.
Durante sua investigação, o jornalista é auxiliado por Lisbeth Salander, uma jovem com uma história de vida trágica, mas com uma característica peculiar: é uma hacker de genialidade impecável. Sua participação na trama é imprescindível para o sucesso nas buscas realizadas por Mickael.
Enquanto mergulhavam num mistério de quatro décadas, Mickael e Salander começaram a preencher lacunas e encontrar outras; muitas coisas começam a se esclarecer e outras parecem ficar ainda mais obscuras. E logo, logo, eles começam a perceber que aceitar aquele pedido foi colocar a própria vida em risco.
O resto da história não pode ser conhecida de outra forma, senão lida. Os homens que não amavam as mulheres, mais do que um livro, é um documentário da exploração humana e tráfico de mulheres; do cenário de prostituição arquivado e esquecido, com diversas páginas de garotas exploradas e mortas longe de suas famílias, na gaveta de uma sociedade mais preocupada com o lucro do que com a dignidade humana.
Tanto polêmico quanto isso é o retrato dos bastidores da mídia, das facções e batalhas internas em busca de manipular e distribuir as informações para o público. Stieg Larsson, Com sua experiência de Jornalista, descreve com precisão as formas lícitas e ilícitas utilizadas pela imprensa na corrida voraz em busca de notícias, cuja divulgação pode levar a consequências catastróficas e irremediáveis.
Por fim, para os internautas fanáticos por softwears, hackers, e qualquer outra coisa que envolva o mundo fascinante e horripilante da internet, a obra também retrata o trabalho sigiloso e admirável das pessoas que sabem os segredos mais ocultos do mundo virtual.
CDP deixa então a dica dessa leitura exposta em mais de 500 páginas de ação, mistério, romance, suspense e recheadas de informações que acenderão novas luzes nas mentes brilhantes de vocês, caro leitores. Então, prepare sua xícara de café, acomode-se na posição mais confortável de sua poltrona e viaje para uma das experiências mais incríveis de sua vida.
